sábado, 2 de agosto de 2008

Último reduto

chego.
estou atrasado.
abro a porta, ponho o caixote para dentro, desço os dois degraus.
corro para o primeiro andar.
pego na loiça suja, desço as escadas, ponho a loiça na máquina.
passo a esfregona no chão.
arrumo os livros que tinham resistido a noite passada.
telefono.
falo.
digo piadas.
faço a caixa.
"não pares".
é preciso não parar.
tudo estava a correr bem.
vejo um comentário no blog e as pernas começam a perder as forças.
"sem plavras"
sigo os passos do comentário.
confirmo.
a morte está por todo o lado.
dou por mim sentado no chão.
cabeça suspensa.
já não consigo continuar.
esta semana, de uma forma atarefada,
próximos foram recolhidos.
de um único golpe de tempo.
e os meus braços vazios de um abraço.

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